quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O terror da balança

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Lembrei-me hoje dos meus tempos de magrelice total. Pelo menos quinze quilos a menos do que tenho hoje. E me deu uma saudade do meu jeans número 40. De me arrumar pra sair com gosto e não enxergar uma gordurinha fora do lugar ao conferir o visual no espelho.
Daí também lembrei tudo o que eu passava na época em que namorava o cara que quase veio a ser meu marido. A saudade sumiu rapidinho.
Incrível como a gente passa a valorizar as coisas realmente importantes da vida. Ok, ok, ok ser magrela é óóóótimo, mas não há nada melhor do que se sentir feliz, segura e animada em relação à vida. Nos meus tempos de magrelaça, eu sofria tanto que nem me lembro de ter curtido o meu corpo que, na época, estava do jeito que toda mulher sonha.
Sabe aquela coisa de fazer avaliação na academia, o instrutor te falar pra não murchar a barriga e vc poder dizer bem sincera: "Uai, mas não murchando. Ela é nula mesmo!"? Então, era legal, mas eu prefiro ser feliz mesmo.
Óbvio que, como toda mulher, eu vou perseguir a eliminação de peso. Provavelmente a vida toda. Rsrsrs. Mas eu não vou nunca sentir saudade de não ter dificuldade de emagrecer (ou esmagrar, como diria uma grande amiga).
Esse post é só pra contar que estou de dieta a partir de hoje, mas que isso não quer dizer que eu vá fazer alguma loucura pra atingir os meus objetivos. Já marquei consulta com nutricionista e agendei avalização na academia. Tudo do jeito que tem que ser, sem loucuras.
Verão 2009/2010 aí vou eu. Linda, magra e FELIZ, acima de tudo!!!




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Chega de realidade

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'Acordo sem sono e com a maior disposição. Tomo café da manhã com tempo e uma infinidades de pães, queijos e sucos. Moro de frente para o mar num vilarejo italiano bem tranqüilo onde se vende frutas em todas as esquinas, mas assim que eu entro no meu BMW dirigido por Clive Owen (meu motorista), eu chego em cinco minutos na Vila Madalena, onde tenho uma livraria com café. (...)
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Atrás da minha livraria são só escombros, o restaurante predileto dos publicitários explodiu no último ataque terrorista contra as pessoas que ganham bem demais sem fazer porra nenhuma e matou a maior parte deles, deixando vivo apenas os funcionários da Leo Burnett, local onde meu marido já trabalhou e ganhou dinheiro suficiente para ficar o dia inteiro só fazendo o que gosta. E ele gosta muito, entre outras coisas, de me comer. E me come o dia inteiro. E quando ele não me come porque precisa dormir, tomar sol ou ler algum livro budista, eu lembro que meu motorista é o Clive Owen e fica tudo certo. Pra que me estressar?
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Lolita, minha pequena dog louca, tomou uma vacina que a fará viver por mais 88 anos e todas as vezes que ela faz cocô, o cocô vira estrelinhas azuis que saem voando pela noite estrelada, e eu nunca mais precisei abaixar e catar toda aquela merda com um saquinho furado.
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Tenho ao todo quatro filhos lindos, e nenhum deles nasceu de parto normal, mas também não nasceram de cesárea. Todos nasceram com 75 anjos da guarda que nunca permitem que eles batam a cabeça ou façam amizades erradas. Eles amam salada e Frank Sinatra e jamais pegam gripe.
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Minha bunda é redonda e dura, minha sobrancelha enorme e expressiva e quando o Clive pede dispensa para malhar ou assistir a um filme do Truffaut, eu vou trabalhar com o meu Mini Cooper vermelho, ouvindo o noco CD do Elvis, que, obviamente, não morreu.
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Sinto orgasmos com uma facilidade ridícula, é encostar em mim que eu já começo a berrar. Meu ex-namorado largou a rolha de poço e resolveu viver única e exclusivamente para me idolatrar, ele tem pôsteres com o meu rosto espalhados pela casa e se arrepende diariamente de ter me enrolado tanto tempo e me perdido de vez. Ele sofre horrorosamente e nenhuma mulher do planeta me substitui, ainda mais se tiver uma bunda gigantesca e um cabelo que, se ela tivesse a coragem de soltar, assustaria até o Iluminado.
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Como todos os doces e pães do planeta e meu corpo tem um incrível metabolismo que transforma tudo o que é carboidrato e gordura em proteína, e meus músculos podem ser vistos de longe quando corro de fio dental na areia fofa da praia. Aliás, minha pílula, que sofre a mesma mutação do incrível metabolismo do meu corpo, parou de me dar celulite mas aumenta consideravelmente meus peitos, que ganharam um natural aspecto siliconado.(...)
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Me apaixono todos os dias mas nunca sofro, olheiras foram banidas da minha vida, meu rosto produz ruge natural e a Paris Hilton tomou laxante e acabou indo junto.'

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Baseado no texto Chega de realidade, de Tati Bernardi